sábado, 10 de diciembre de 2011

CONVOCATÓRIA: Educação e desenvolvimento sustentável em Rio de Janeiro em 2012.

EDUCAÇÃO EM UM MUNDO EM CRISE:

LIMITES E POSSIBILIDADES FRENTE À RIO + 20

Elaborado por Sergio Haddad

“A escalada da segunda fase da crise econômica capitalista – agora centrada na Europa, mas atingindo todos os países centrais – amplifica os efeitos sociais perversos da grave recessão que eclodiu em 2008. Ao mesmo tempo, a manutenção do crescimento na China e nos demais países emergentes demanda mais e mais recursos naturais. Os dois processos repercutem fortemente sobre a crise ambiental global e aprofundam as desigualdades sociais, gerando novas crises humanitárias. Todas exigem respostas urgentes. Todas exigem uma modificação profunda do sistema econômico, social, cultural e político vigente – o capitalismo global e suas instituições. Configuram, de conjunto, uma crise de civilização, que arrasta consigo o destino de bilhões de seres humanos.

Há, no horizonte, um encontro mundial onde estes problemas poderiam ser debatidos e soluções encontradas, se houvesse vontade política dos líderes das principais nações, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) que ocorrerá no Rio de Janeiro entre 20 e 22 de junho de 2012. Este encontro carrega o simbolismo dos vinte anos da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) e do ciclo de conferências que a ela se seguiu, ocasião em que emergiu com força um diagnóstico de que o mundo acumulava enormes problemas estruturais e onde foram elaboradas propostas para enfrentá-los.

Mudanças certamente virão, mas elas só ocorrerão se forem impulsionadas de baixo para cima, a partir do protagonismo da sociedade civil.”

Assim começa a convocatório para a participação da sociedade civil frente à oportunidade da realização da Rio + 20 no próximo ano no Brasil. Crise econômica, crise socioambiental e crise de paradigmas parecem se complementarem em um momento histórico em que muitos se referem como uma crise de civilização. Para superar a atual situação, a aposta é no protagonismo da sociedade civil frente ao imobilismo de grande parte dos governos, impotentes frente ao que se apresenta e envolvidos pelos interesses das grandes corporações e do sistema financeiro mundial.

A referência a uma crise de civilização existe porque os paradigmas éticos e de valores que alimentam o modelo civilizatório atual não conseguem se realizar na prática. Não é possível mais pensar em sociedades que promovem como valores e motor da vida: ganhar mais para consumir mais e poder ter mais. Tais valores produziram um modelo de desenvolvimento em que apenas 20% da população mundial consomem 80% de toda a produção, o que significa que para que algumas pessoas realizem o sonho do ter cada vez mais é necessário que outras tenham cada vez menos, ou continuem deixando de ter. Além do mais, para que umas poucas consumam muito, estamos esgotando os bens da natureza e produzindo danos a ela e aos que nela vivem; o aquecimento global é a face mais perversa desta crise ambiental. É um modelo insustentável! Temos que passar do modelo ganhar X perder, para o modelo ganhar X ganhar, com princípios e valores éticos baseados no cuidado entre todas e todos, na convivência e no compartilhamento, tendo como base a nossa reconciliação com a natureza. São valores que devem valer para a sociedade, para os novos modelos econômicos, para as novas ações de governos.

O Fórum Social Temático Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental, que se realizará em Porto Alegre e Região Metropolitana nos dias 24 a 29 de janeiro de 2012, se apresenta como um destes momentos de acúmulo de forças da sociedade civil, por meio do debate sobre a realidade no mundo, a formulação de propostas para superá-las e o desenho de estratégicas de mobilização. Seu foco estará voltado para o grande encontro mundial denominado por Rio + 20, no contexto da crise global.

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